É único e indescritível o momento
em que sentimos o nosso bebé parte integrante da dinâmica familiar afectiva.
Desde o dia em que nasce, a casa ganha um outro ritmo, novas rotinas às quais
todos os elementos se adaptam. Mas existe aquele instante mágico em que
sentimos que o bebé não poderia estar mais interactivo, presente e bom
entendedor da magia da partilha, do afecto impregnado num sorriso partilhado
que rapidamente se transforma numa gargalhada pela alegria do sentimento de
unicidade e sintonia. Não me parece de todo descabido, apelidar este momento
como o momento da transformação afectiva da família. Até então o que muda são as
rotinas, os cuidados, as tarefas e actividades. Há uma readaptação aos papéis
familiares e as próprias relações sofrem mudanças. A relação com o bebé começa,
também ela, desde o primeiro segundo de vida mas a verdade é que é uma
dedicação profunda, uma entrega completa que sabemos ser recompensada vezes sem
conta quando sentimos o nosso bebé feliz e activo nas trocas familiares.
Sabemos que é desde sempre permeável ao humor familiar mas é fascinante quando
o seu interesse ganha forma, e transparece quando numa risota pegada em volta
de um acontecimento inesperado contamos também com a gargalha do elemento
familiar mais novo. Não que entenda o motivo e o que suscitou a troca de risos
incontrolável mas revela a compreensão da atmosfera afectiva da família. É um
momento de pura felicidade, de recompensa absoluta do investimento
afectivo-emocional de meses, alguns deles influenciados pela privação do sono e
pela paciência necessária à compreensão do choro inconsolável característico das
cólicas.
Ser mãe e ser pai é tudo isto, é investir
sem esperar nem saber o momento mágico que é a transformação afectiva da
família. Ter um bebé participativo, disposto a brincar e a interagir em todos
os momentos marca, para sempre, o rumo daquela família. É um renascimento, que
conta agora com a acção e construção de um novo rosto e de um bebé disponível
para todos os desafios. Surge, invariavelmente, o sentimento de plenitude familiar
e de certeza que o seio da família é a zona de conforto e segurança para o
pequeno bebé e que serve de mote à exploração confiante do mundo lá fora.
* Imagem retirada da Internet
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