quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

As sopas, as papas e os bebés

A alimentação é um motivo frequente de preocupação dos pais. Já para os bebés é apenas mais uma aprendizagem, descoberta e experiência. A inclusão inicial da papa ou da sopa implica o uso da colher e é natural que as primeiras experiências sejam sinónimo de roupa suja e algum choro. Muitos pais fantasiam esta primeira aventura na certeza que dará o excelente vídeo para ambos reverem dali a dez anos, e rapidamente se decepcionam porque ou fazem um vídeo muito bonito para recordar ou se entregam de “corpo e alma” à aventura da aprendizagem do uso da colher e da experiência de novos paladares e texturas. Para o bebé, tudo é novo, um objecto estranho, que nada tem de semelhante a uma tetina ou mamilo, e sabores totalmente distintos. São necessárias 10 experiências com um novo alimento para que a criança se habitue ao seu paladar e são raros os alimentos que após estas experiências sejam rejeitados pelo bebé. Embora, enquanto pais, queiramos poupar o choro e o desconforto do nosso bebé também é certo que somos os responsáveis pela sua variada e saudável alimentação ou o contrário. Estas novas experiências deverão contar com muita paciência, tranquilidade e expectativas reais, fantasiar um bebé disponível, limpo e com um apetite voraz para novos alimentos será sempre um mau prenúncio. 
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Tenha presente que as mudanças implicam sempre desconforto e exigem tempo para a adaptação, insista mas evite utilizar o truque da chupeta (utilizar a sucção não nutritiva como forma do bebé engolir o que tem na boca) e as típicas distracções para que o bebé não se aperceba que está a comer. O que lhe ensinar e transmitir será a forma com irá encarar a alimentação. Se a refeição for pautada de intenções de distracção, inibidoras da percepção das texturas e dos sabores é certo que dificilmente, no futuro, seja uma criança curiosa pelos alimentos e com gosto pela alimentação. Se o seu bebé não comer a sopa toda, mas o que comeu foi de forma intencional e consciente então não insista com o resto. Procure a sua intuição e certamente perceberá quando deve insistir ou ser mais tolerante na quantidade de alimento ingerido. A hora da refeição não deverá ser encarada com medo ou receio mas como algo natural, tal como o é a hora do banho e das rotinas de higiene. Não sobrevalorize a alimentação, tornando-a um momento de tensão, pelo contrário tente que seja um momento de partilha. Mantenha sempre o contacto visual e converse com o bebé, fale do que se está a passar, descreva a sopa e todas as novidades que vai introduzindo.  
*Imagem retirada da Internet

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